The Eternal Sunshine of the Spotless Mind

Publicado em 10/12/2016
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The Eternal Sunshine of the Spotless Mind, um filme que, antes de qualquer coisa, começa por ser uma absoluta confusão! É o típico filme que, de tanto mostrar cenas passadas e futuras, sem uma ordem coerente, acaba por baralhar até os mais perspicazes e inteligentes.

Joel (Jim Carrey) é um jovem solitário que, depois de uma discussão com a sua namorada Clementine (Kate Winslet), decide ir fazer as pazes. Além de já ter arranjado outro, ela também não se lembra dele. Assim começa o enredo deste magnífico filme, que se pode considerar uma ficção científica com um toque de drama. Uma “comédia inteligente, sexy e divertida” – assim diz a capa do filme.

Através de uns amigos, Joel consegue descobrir que Clementine não se recorda de si porque foi à Lacuna, uma clínica especializada em apagar a memória das pessoas.  No momento de raiva e vingança, Joel decide ir também a essa mesma clínica e apagar Clementine da sua memória. Este processo é sempre feito na cama da própria pessoa (para que acorde no dia seguinte sem se recordar de nada) e demora uma noite inteira até que todas as memórias desejadas sejam apagadas.

Assim, a história passa-se praticamente toda dentro da mente de Joel, onde podemos viver com ele todas as memórias que guarda de Clementine, que vão sendo apagadas e onde vemos também a sua tentativa de escapar a este delete de recordações, porque sabe que lá no fundo… ele não quer esquecer. Por não querer esquecer tenta esconder-se na parte subconsciente das memórias, e é a partir daqui que o telespectador vai precisar de muita atenção para acompanhar a lógica do filme!

Irónicamente, Joel e Clementine voltam a conhecer-se depois de ambos se terem apagado da memória um do outro. É aqui que este filme nos oferece uma pontinha de romance! É quase como a cereja no topo do bolo. Depois de uma relação falhada e desastrosa e depois de apagados da memória e vidas um do outro, vai começar tudo de novo?! E será que desta vez será diferente?! [O destino tem disto].

O fantástico desta história está precisamente na sua impossibilidade de ser algo real. Como seria bom poder apagar alguém da memória! Mas será possível apagar do coração? Nas memórias de Joel conseguimos ver Clementine como ele a vê, e não como ela é realmente. É esta a essência do filme – a capacidade que temos de guardar alguém na nossa memória como achamos que ela é (ou como queremos que seja) e não como ela é, na realidade. Coloca-se a questão: apagar a pessoa real ou apagar a pessoa idealizada pela nossa mente?

Excelente interpretação de Jim Carrey, esqueçam o actor comediante com caretas e palhaçadas. Em Eternal Sunshine apenas irão ver um actor sério e contido. Esqueçam igualmente a Kate Winslet do Titanic! Aqui ela apresenta-se como uma personagem desvairada, livre, mente aberta e bastante aventureira, quase como uma rebelde adolescente de cabelo colorido e sem limites.

Eternal Sunshine of the Spotless Mind é um filme que apaixona pela fantasia que carrega, por sabermos que é algo tão impossível de acontecer mas que, mesmo se existisse uma Lacuna de verdade no nosso mundo, talvez não a quereríamos utilizar.

Apesar dos actores mega conhecidos e falado em inglês, um filme tão confuso, fantasiático, irreal, dramático, delicadamente romântico e mágico como este… não podia deixar de pertencer à minha categorias de “Os tais”. 

 

Veja aqui o Trailer:

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